É claro que para os principais opositores a esta noção social, tal ideia é logo classificada por estes como impossível, utópica. Argumentam a necessidade desmedida de um sistema económico em que a classe capitalista é detentora do poder investidor e que seja ela a geradora de riqueza, do emprego para o povo e da prosperidade.
Esta noção é, quanto a mim, tão absurda quanto tecnocrata.
É necessário entender a defesa de um dado regime, seja ele comunista ou capitalista (para utilizar a terminologia proveniente da Guerra Fria), como sendo produto imediato da Teoria das Representações Sociais, segundo a qual existe a tendência para as classes sociais atribuirem as causas e respectivas consequências de um dado acontecimento a algo que não seja da sua directa responsabilidade.
Assim, parece lógico que a classe operária defenda o comunismo e a classe patronal o capitalismo (salvo algumas excepções, que nos tempos actuais não são tão raras quanto isso).
Na minha opinião, a sociedade sem classes é apenas a meta. Quer seja atingida ou não, pouco importa. Não é a demanda do absoluto que caracteriza o pensamento e a acção humana? Poderia referir aqui a temática pessoana sobre os mecanismos que regem a mente humana, mas não o farei porque não é esse o principal objectivo deste meu escrito.
Apenas é importante referir que o que caracteriza a alma humana é sempre a sede de absoluto apesar de sermos "um mar de sargaço". E é nesta sede de absoluto que se encaixa a teoria Marxista da sociedade sem Classes!
Com a emergência da luta pela teoria Marxista vão-se alcançando importantíssimos avanços sociais, capaz de igualar (ou tender a igualar) os diferentes estratos sociais que tanto contribuem para a injustiça e a desigualdade entre as sociedades.
A desistência não deve entrar no vocabulário de um Marxista!
A luta de classes é totalmente passível de ser aplicada na sociedade portuguesa contemporânea e essa luta se crescer irá desaguar, indubitavelmente, na tão ambicionada sociedades sem classes.